segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Minimalismo


Eu gostei de “Eu sou a Lenda”. Will Smith não é genial, mas segura a onda.

Alice Braga, mais uma brasileira se fazendo no exterior. Nada que impressione.

Quantos testes do sofá será que a Sônia Braga fez lá fora? Deu pra garantir o contrato de quantas gerações? Façam suas apostas.

Não gosto que cães morram em filmes.

Esperava ação e fiquei na filosofia, deu mais uma daquelas sensações estranhas que não sei descrever.

O bom e a aventura de estar sozinho e o desespero exatamente disso. Mas sempre com a chance de se tornar um grande herói.

Não queria ser o último Homem vivo, ainda mais quando isso é mentira e existem outros.

Quando cheguei em casa, abracei mais forte meus dois cães.

Isso é tudo...

PS: Estão usando vírus de cavalos no combate ao câncer. É algo para se pensar.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Herói


Sabemos que todo herói tem uma trajetória. O chamado, a negação, o conflito que o leva a ter dúvidas, o mentor, a aceitação do desafio, etc. Até chegar ao triunfo e transcendência, pelo menos é o que se espera de um bom herói.

As pessoas, hoje em dia, têm deixado de ser heróis em geral, mas não pararam de lutar, o que é meio contraditório. Ao que me parece, os heróis só são assim considerados por serem diferentes, tomarem atitudes que outros não tomariam e superá-las.

Heróis lutam durante um período de sobrevivência difícil e, pelo que se consta hoje em dia, poucos têm períodos fáceis. Traduzindo: para sobreviver, a maioria virou herói e, se todos elevaram sua categoria, para ser um herói neste meio, é necessário algo mais.

Antes um herói precisava ser forte, depois rápido, depois inteligente... mas e agora?

Ele tem de ser instantâneo (mais que miojo)

Tem de ser onipresente (mais que Deus, mesmo que só exista um querendo-o, é melhor que ele esteja lá, e nem sempre sabem seu nome)

Não deve ser inteligente, mas sim onisciente de outra forma (o que traz um problema de raciocínio – um herói é aquele que decora tudo e não o que pensa sobre qualquer coisa).

Visto dessa forma, é quase impossível termos um herói de verdade, sobra-nos o google e Deus talvez (hoje em dia, necessariamente, nessa ordem). Os dois maiores heróis são virtuais, um no sentido exato do termo e o outro em relação a etimologia da palavra a respeito da possibilidade de vir a ser...

Sinto falta da Kriptonita, das teias, dos bumerangues em forma de morcego... até da marreta biônica.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Brisas da noite



Numa noite um tanto sombria, um tanto quente, mas com um vento que entrava por algum lugar debaixo das portas e gelava levemente os ossos, foi que percebi. Nessa noite teve início, como em todo filme, história ou conto é necessário um instante inicial.


Assim como uma aranha que picou o garoto, assim como nascer orfão que determinou a vida de um assassino, assim como a noite que caiu por um mês inteiro na cidade gelada. Foi naquela noite um tanto sombria que teve o início.


Toda história tem seu começo, seu meio, são, no mínimo, curiosas. Esperamos durante todo o percurso encontrarmos o fim, o desfecho. Mas não naquela noite.


Naquele instante não esperava um desfecho, um ponto final. O que passou a gelar os ossos, causar uma ansiedade surda e aquecer o peito não era um sinal de término.


E quando a porta se escancarou e pensei ter chegado o momento de alguma frase final foi que o vi, parado em minha frente, com olhos atentos e rápidos fazendo um cortês sinal como para que eu passasse. Não havia dúvidas, ele queria que eu andasse.


No cinza do quarto onde me encontrava, onde sozinho tinha de tomar a decisão foi que me enchi de coragem e caminhei, com a cabeça erguida e o peito cheio de certeza, como poucas vezes o fizera.


Ao passá-lo, olhei de esguelha e percebi um sorriso, a entidade estava satisfeita. Hoje descobri seu nome: Futuro...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Natal - Usos e desusos

Sim, utilizei este espaço para postar um texto atrasado... pra não dizerem que não o disponibilizei.

Abraços



Olá, para todos e todas (principalmente rsrs)
Como é de costume em todo final de ano, cá estou eu com mais um desses meus textos de encerramento, mensagens de esperança, viadagem, etc. Cada um chame como quiser. Talvez seja um incentivo ou um modo clichê e que quem sabe funcione.


Para os novos amigos e amigas que não conhecem essa minha “tradição” não se espantem nem me achem um doente, mas a gente fica o ano inteiro correndo pra lá e pra cá e mesmo quando o natal e no novo estão chegando, épocas que adoro, ninguém consegue parar por muito tempo. Bem, confesso ser muito difícil tirar um tempo para ligar para todos, ou escrever uma carta para cada um (e bem q eu gostaria). Mas como sei q muitos não querem me atender, q outros vão estar no banho ou jantando, entre outras coisas, mando minha mensagem virtualmente.


Como eu dizia, para aqueles q não acompanharam os outros textos, peço q me perdoem, eu não os tenho em nenhuma pasta (na verdade poucos têm saco para lê-los). Para os antigos amigos e familiares (que me suportam desde q nasci – que proeza heeheh)... bem, contentem-se em me odiar pela intromissão. Mas confessem que vcs sempre param de conversar no msn, assistir youtube e etc. para ler este amigo redundante q, pelo menos uma vez ao ano, aparece por aqui.

Retrospectiva:
Disseram-me q este ano de 2007 foi uma merda! Com muito lixo acumulado, sem referências a ninguém. Fiquei um pouco triste ao ouvir isso, não gosto de colocar as coisas na balança (aliás, pelo meu peso, odeio balanças) e ver q o negativo ganhou. Felizmente ouvi muitas pessoas dizerem também q 2007 foi um ótimo ano, talvez um dos melhores... Caramba, quanto otimismo!


Como observador, escritor frustrado e vivente deste ano (ou sobrevivente), posso dizer q 2007 foi um ano difícil, muito ruim, com muitas crises, brigas, desempregos, depressões, mortes e diversas coisas se encerrando – o que sempre traz sensações esquisitas e, às vezes, atitudes precipitadas (um monte delas).


As crises nos deixam perdidos; as brigas, abalados; o desemprego nos faz sentir inúteis; as depressões, sem estímulo; as mortes nos deixam achando q o mundo acabou, q nos retiraram o chão; e o encerramento das coisas dão um ar imediatista pra vida, o que acaba levando a uma euforia desnecessária.


Mas será q precisamos ser tão negativos? Como todos já adivinham, eu acho que não!

Porque se as crises fazem a gente se perder, é sempre uma oportunidade de encontrar novos caminhos, por vezes melhores, mais acertados.


Se as brigas nos abalam, é porque ficamos mais fortes para agüentar cada vez mais coisas e saber levar a vida de uma forma menos frágil.


Se ficamos inúteis sem nosso trabalho, é uma chance de descobrir novos dons, novos talentos, saber trabalhar o q se tem e mudar padrões que nos atravancam.


Se ficamos sem estímulo durante depressões, devemos aproveitar e ver que talvez este seja apenas um tempo de reflexão necessária. Precisamos parar de ter medo da tristeza. Com medo, ela se torna fantasma, muitos não acreditam e nem sempre aparece, mas quando vem consegue penetrar onde quiser. Se fizermos com que fique concreta, teremos muito mais capacidade de lutar contra.


Perder quem amamos é muito difícil e, sinceramente, nada supre nem substitui aqueles q se foram, mas é uma chance de estreitar laços com pessoas q nos amam e cuidam de nós (alguns estreitam demais rsrs), uma chance que talvez não existisse antes, pessoas q nos olham mesmo quando não sabemos, q nos ajudam em coisas simples, que (mesmo que tortuoso e cheio de falhas) nos mostram um caminho pelo qual seguir e nos fazer continuar.


O encerrar das coisas acaba dando esperança, porque se elas acabam é, também, porque outras se iniciam. Basta encontrar uma medida (lembram da minha ladainha a respeito do equilíbrio? Pois é, ainda está em voga =D )

2007 foi um ano de coisas boas – novas oportunidades, atitudes, movimento, recomeço, descobertas (e quantas!), reflexões, amores, inspiração, família, planos e tudo o mais.

Eu não tenho certeza de como cada um classificaria o ano, se bom ou ruim, agitado ou tedioso, amor ou ódio, trabalho ou descanso. Desconfio, entretanto, q fora um ano de mudanças, um divisor de águas.


Sei que parece meio óbvio dizer q foi um ano de mudanças, afinal foi UM ANO, ou seja, 365 dias, no mínimo. Isso quer dizer q se vc não conseguiu fazer nenhuma mudança (nem q seja um corte de cabelo) nesse tempo, vc tem sérios problemas.


Todo ano tem mudanças, mas 2007 é o líder, o rei nessa área. Assim como 2005 foi um ano de descobertas e redescobertas, principalmente de recomeço, cheio de segundas chances. Assim como 2006 foi um ano de fortalecimento e constatações das mais variadas. 2007, do mesmo modo, é um ano de mudanças, em essência.

Como sabem que não passaria sem desejar as tais das boas festas heheh, aqui estou eu. Para meus amigos e amigas (e eventuais colegas perdidos na minha lista de mensagens), para minha família etc.
Para todos vocês, um Feliz Natal e um Ano Novo ótimo.
Desejo, mais q isso, q se lembrem...


Porque neste ano rimos e choramos (ambas as coisas em excesso rsrsrs), nos divertimos, nos magoamos, encontramos e perdemos e todas essas coisas operaram mudanças em todos nós, sem dúvida alguma. Certas mudanças foram boas, outras nem tanto, como tudo na vida. Mas o que importa é o q resta do que realmente somos.


Se nossa essência é boa e se mantém, se as lembranças dos momentos felizes não são apagadas por momentos turbulentos, se estas permanecem (e além de ser a única coisa que importa é também apenas o que levamos de tudo), mesmo se as pessoas se foram (seja qual for a forma da partida), então ainda guardamos algo, ainda somos algo a mais, porque ultrapassamos barreiras.

Fazemos coisas q não queremos, por diversas vezes. Fazemos coisas que nem sabemos o que é nem seu propósito. Às vezes vc diz “Eu não sei o que estou fazendo”, mas não importa, porque vc sabe que “só sei que quero” e isso basta. De alguma forma isso nos dá um prazer indubitável. Por vezes também deixamos de fazer algo.


As pessoas vem e vão, os locais estão e não estão mais, mas a sensação de frescor, prazer, ensinamentos q se tira deles é o que deve permanecer.


As memórias não se apagam, as mudanças já se deram e continuarão. 2008 virá mais intenso, mais difícil, emocionante. Acho que será um ano de novidades e com certeza cada vez melhor de se viver, desde q reunamos em nós o aprendizado anterior.

Beijos e abraços para todos e q não pensem que por ser uma mensagem geral eu não tenha me lembrado de cada pessoa no momento de redigi-la. Desde aqueles que passaram o ano ao meu lado, seja em casa, na universidade, trabalho(s), festas etc. ou mesmo aqueles que encontrei casualmente num ponto de ônibus, que fomos num churrasco e coisas do tipo. Para aqueles q nem vi... tenham a certeza de que mesmo assim pensei, lembrei e revi, mesmo q na minha mente meio confusa.

Obrigado a vocês por tudo. Pelos novos e pelos velhos momentos. Aos amigos recentes, familiares e antigos companheiros. E lá vamos nós.


Dum garoto bobo que estreita os olhos ao sorrir...
Renan De Simone

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sorrateira


Lidar com a morte não é algo fácil. Sei disso porque já assisti a muitos filmes, porque li alguns livros a respeito, e porque estou vivo e, inevitavelmente, não consigo me imaginar morto. Vejo, sim, que posso morrer velho ou novo, agora ou depois, mas não sinto que vou morrer. É a diferença entre o saber e o acreditar.

No filme os 300 de Esparta, por exemplo, eles sabiam que morreriam e mais: com glória, porque morriam por sua pátria, mas nada me tira a impressão de que, quando chegou o momento de levar milhares de flechas no peito e virar uma aljava ambulante, Leônidas ficou um tanto decepcionado por saber que também era capaz de morrer. Pelo menos ele teve um aviso.

No filme Mandando Bala, com Clive Owen, acontece algo semelhante, um contraste entre vida e morte quando, ao acabar de dar à luz um bebê, no meio de um tiroteio, a mãe acaba falecendo. O filme não tem nenhuma característica muito subjetiva nesse ponto, nem dá tempo para que ela relembre sua vida, como fez Leônidas, e me fica a dúvida se ela já estava com algum pressentimento a respeito (se bem que fugir grávida enquanto tentam atirar em você pode ser uma boa dica).

E ficamos sem nunca saber o momento exato, se teremos uma prévia, alguma experiência metafísica que nos mostre uma última atitude louvável... nada.

Pelo menos foi isso que percebi quando carreguei em meus braços o corpo de um vizinho com mais de 70 anos. O único aviso que teve foi um tombo e um grito surdo antes da parada cardíaca.

Ele não estava grávido (e nem poderia), ninguém estava tentando atirar nele, e também não estava enfrentando um exército de um milhão de persas, mas mesmo assim se foi, com olhos abertos, como para vigiar se a morte se aproximava...

Ela veio, novamente, sorrateira.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Noite de respeito ao torcedor

Na quarta-feira, o Palmeiras venceu o Fluminense por 1 a 0 e voltou a integrar o G-4. A partida foi disputada sob forte chuva, mas mesmo com o clima adverso os torcedores que foram ao Parque Antártica tiveram uma surpresa que considero o destaque da noite. Neste jogo foi inaugurado o espaço Visa e o que se viu foi uma noite de respeito ao torcedor! O Palmeiras está de parabéns pela iniciativa! O que todo torcedor espera é que seu clube siga este exemplo. Pode-se afirmar que naquela noite de quarta-feira, o torcedor que foi ao Parque Antártica viveu uma experiência européia de organização.

Para avalizar o blogueiro deste texto, segue o depoimento de quem esteve no jogo.

Por BRUNO MORAES BONSANTI

Cheguei ao Palestra Itália às 21:40. O jogo começaria em cinco minutos. Achar a entrada do setor Visa não foi difícil, pois um outdoor enorme com o símbolo da conhecida bandeira de cartões de crédito afasta qualquer possibilidade de erro.
Quando chego ao portão, vejo uma fila de alguns metros. Meu primeiro pensamento foi: não importa o quanto modernizem, não há santo que acabe com as filas do Parque Antártica. Erro meu.
Em menos de cinco minutos já estava passando o cartão de minha mãe pela catraca e entrando na ante-sala. Ante-sala que conta com gramado sintético, fotos de times épicos do Palmeiras, tvs de plasma e etc.
Ao entrar, comprei um refrigerante e dirigi-me ao meu lugar. Demorei um tempo para decifrar a numeração das cadeiras, mas isso não é problema, pois estádio moderno que se preze tem sempre um orientador.
E esse orientador me mostrou aonde eu deveria sentar. Chego lá e a maior surpresa da noite acontece: a minha cadeira numerada está vazia, esperando por mim! Incrível!

No intervalo, resolvo ver como que é o banheiro do novo espaço Visa. Meus caros amigos, nunca pensei que veria isso em um estádio de futebol no Brasil. O banheiro tinha assento nas privadas, sabonete, pia de mármore e até papel para enxugar as mãos! È uma surpresa atrás da outra.

Melhor para o futebol brasileiro, que tem, pelo menos, um pedacinho da Europa em seus estádios.